Pular para o conteúdo principal

Postagens

O Lado Ruim da Vida

  Esse título não é para chamar um texto no qual se valoriza as faces negativas da vida. Sabemos que quando a ótica que enxergamos e interpretamos a vida se torna embaçada, esfumaçada, tendemos a direcionar nossa atenção somente para os aspectos negativos. Essa é a famosa visão negativista da vida, pois só preza pelo pior. Mas também não quero defender aqueles otimistas desvairados que tendem a negar e evitar a todo custo o lado ruim da vida. Nem no otimista nem no negativista se encontra o equilíbrio ou a medida para uma vida crescente e potente, mas sim, justamente no equilibrista, no realista, existe a possibilidade da completude. Dessa maneira, esse texto chama a atenção para um olhar à uma visão realista, mas esperançosa na vida. Afinal, tudo está entrelaçado. O lado ruim com o lado bom, o dia com a noite, o sol com a lua, a alegria com a tristeza, a fome com a satisfação, a dor com o alívio, a vida com a morte. A vida é uma jornada de inúmeros altos e baixos que se interagem co
Postagens recentes

A Jornada da Autoaceitação

  Além do excesso de informação dos dias atuais, somos constantemente bombardeados por padrões irreais de perfeição. A incansável busca por aprovação externa e a comparação com os outros nos leva a vivermos um estado de insatisfação e desconexão com aquilo que realmente somos, como nosso mais íntimo e verdadeiro eu. Venho nesse texto apontar um caminho possível, uma possibilidade para uma vida plena, para a autorrealização e, quem sabe, para a tal felicidade. Esse caminho começa com a prática da autoaceitação. A psicologia humanista destaca a forte importância da autoaceitação e acredita que ela é um componente fundamental do crescimento pessoal. Ela envolve a capacidade de reconhecer e valorizar a si mesmo, sendo honesto e claro quanto às suas virtudes, aquilo que temos de bom e potencialidades, mas também a mesma clareza e consciência sobre nossas imperfeições e dificuldades. A prática da autoaceitação abre espaço na mente para o autocuidado, para a compaixão e para o amor própri

Expressão de sentimentos e adoecimento

    Falar de si, sobre seus sentimentos ou suas emoções pode ser um exercício desafiador ou até mesmo apavorante para muitas pessoas. Realmente a habilidade de entrar em contato com seus sentimentos não é algo tão simples de se adquirir e exige aprendizado, esforço e experimentação. A sociedade, através das instituições familiares, escolares, judiciarias, etc., tende a não incentivar as formas mais autênticas de se expressar reprimindo e ignorando sentimentos negativos. Expressar-se pode prevenir transtornos mentais graves e contribuir para um funcionamento equilibrado diante da vida. Já reprimir e negar sentimentos pode ser um caminho curto até o adoecimento físico e/ou mental e vou discorrer mais sobre o porquê acredito nessa visão psicossomática. A visão de um indivíduo como um todo é milenar. Hipócrates (460 a.c.) já observava a doença como um desequilíbrio nos humores corporais e correlacionou a doença física com as disposições naturais ou o temperamento do doente. Atualment

Liberdade para escolher mudar

Você acorda todo dia e quando se percebe está na cozinha tomando café, se preparando para a lida, entrando em um modo automático realizando um ritual diário aprendido. Tem à frente mais um dia de trabalho ou de tarefas. Ora ansioso para cumprir o ritual, ora desanimado com sua rotina. A pessoa diante de uma vida automatizada e sem gosto se cansa, se entristece e pode se deprimir. Começa a experimentar momentos de angústia que parecem sufocar a paz de espírito. Deseja mudanças, mas não sabe como fazê-las ou se convence de que não há o que se fazer. A maioria das pessoas tem dificuldade de clareza daquilo que as desmotivam, que as incomodam, que angustia. As prioridades com o trabalho, com os filhos, com as contas, etc., parecem, frequentemente, orientar e justificar suas escolhas e atitudes. Nesse modo de vida automático e acelerado o sentimento de urgência parece estar sempre presente, motivando escolhas pessoais e profissionais que, por vezes, são tomadas sem a devida consciência.

Pais e Adolescência

  A adolescência é uma fase do desenvolvimento humano extremamente importante e necessária para o adolescente estabelecer sua identidade, contudo, é marcada por desequilíbrios e instabilidades que geralmente trazem perturbações para os adultos. O adolescente começa a enfrentar o mundo adulto mesmo sem estar inteiramente preparado para ele. Já não é mais uma criança com todas as suas necessidades atendidas. Sua voz, seu rosto e todo o seu corpo está mudando, se transformando. Suas preocupações também mudam e o adolescente se vê obrigado a tomar decisões, realizar escolhas e se responsabilizar ativamente diante da vida. Aberastury & Knobel (1981) chamam essa fase de síndrome normal da adolescência por causa das seguintes características: busca de si mesmo e da identidade; tendência a participar de grupos; necessidade de intelectualização e de fantasiar; crises religiosas; evolução sexual; atitude social reinvindicatória com tendência antissocial; muitas contradições; separação

Saúde Emocional do Homem I

Por que os homens apresentam tanta dificuldade em buscarem ajuda? Em se “mostrarem”, em se permitirem, em aceitarem suas fragilidades e seus sentimentos? Por que cargas d’agua não realizam preventivos? Não cuidam da saúde física, da saúde psicológica e da vida emocional? Que dificuldade é essa que o homem tem de cuidar de si? Dados do IBGE mostram que homens vivem cerca de 07 anos a menos que as mulheres e essa diferença é justificada por fatores socioculturais e resistência aos cuidados médicos preventivos. De acordo com o site do Ministério da Saúde, existem muitas informações sobre a saúde masculina que mostram que os homens se cuidam muito menos, muito mesmo, se comparados às mulheres. Em 2014, ocorreram 361.577 óbitos de pessoas na faixa etária de 20 a 59 anos no Brasil. Analisadas por sexo, 68% dessas mortes foram de homens. Muita dessas mortes precoces poderiam ter sido evitadas por meio de condutas médicas preventivas. Encontramos ainda dados que nos revelam o quanto a ag

Não tá fácil manter a saúde mental no Brasil

  A cada ida no supermercado, no açougue e no posto de gasolina é um susto. Um leve desespero que aciona um alerta interno e dispara a ansiedade vinda de um receio sobre a garantia das nossas necessidades básicas e da segurança, pilares essenciais para qualidade de vida e bem-estar. Já não bastasse toda a tensão e limitações trazidas pela pandemia, nossa preocupação em relação à estabilidade política e econômica vem se amplificando nos últimos meses. O Brasil, não à toa, já era classificado com os maiores índices mundiais de ansiedade e depressão. Minha intenção aqui não é botar lenha na fogueira. Ao contrário, é ajudar você a ter consciência que essas variáveis são importantes e afetam nossa sensação de bem-estar, nossos sentimentos e nosso humor. Afinal, o ser humano não é composto apenas de sua instância psíquica, nós somos seres Bio-Psico-Sociais. Ou seja, somos afetados pelo nosso aparato biológico, pelo nosso psiquismo e igualmente por nosso ambiente social. Todos são essenciais